segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

REGENERAÇÃO
   Em 1851, o golpe de Estado do marechal-duque de Saldanha instaurou uma nova etapa politica em Portugal, designada por Regeneração. Tratou-se de um movimento simultaneamente político e social, na medida em que pretendeu conciliar as diversas fações do Liberalismo e harmonizar os interesses da alta burguesia com os das camadas rurais e da pequena e médias burguesias. Para o efeito, procedeu-se à revisão da Carta Constitucional, assegurou-se o rotativismo partidário e promoveu-se uma série de reformas económicas. 
   A política de Obras Públicas do período da Regeneração foi designada por fontismo devido à acção do ministro Fontes Pereira de Melo. Preocupado em recuperar o país do atraso económico e tecnológico, Fontes encetou uma política de construção de novos meios de comunicação e transporte, tais como estradas, caminhos-de-ferro, carros eléctricos, pontes, portos, telégrafo e telefones.
Revolução dos transportes e vias de comunicação
   Esperava-se que a política de instalação de meios de transporte e de comunicação levasse a todo o país um progresso geral. Assim, apostou-se na construção rodoviária e na expansão da rede ferroviária (em cerca de 50 anos, desde a ligação de Lisboa ao Carregado, em 1856, as vias férreas cobriram o território nacional). Construíram-se pontes (por exemplo, a ponte D. Maria Pia, no Porto, 1857-1877) e portos (nomeadamente, o porto de Leixões). A introdução do telégrafo (1857) e a reorganização dos correios, através do estabelecimento do porte único para todo o país e da criação de um novo mapa de estações postais, completou a obra do fontismo. Nos finais do século XIX, o automóvel e o carro eléctrico eram conhecidos dos portugueses.
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Ponte D. Maria Pia

A Ponte de D. Maria Pia é uma infraestrutura ferroviária encerrada, que transportava a linha do norte sobre o rio Douro, entre as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia. Foi inaugurada em 4 de Novembro de 1877 e foi encerrada em 24 de Junho de 1991, tendo sido substituída pela Ponte de S. João. É considerada,  uma das maiores obras primas executadas pelo engenheiro Gustave Eiffel.
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Estradas de macadame
   John Loudon McAdam 
   Foi um engenheiro e construtor de estradas escocês. Inventou um novo processo para construção de estradas, que possibilitou uma maior duração das estradas e maior facilidade de transporte terrestre, a macadamização.
   Em 1804 mudou-se para Bristol na Inglaterra e tornou-se fiscal de obras da Bristol Corporation. Nos seus dois tratados escritos em 1816 e 1819 (Remarks on the Present System of Road-Making e Practical Essay on the Scientific Repair and Preservation of Roads), McAdam argumenta que as estradas precisavam de ser elevadas do solo envolvente e construídas a partir de várias camadas de rochas e cascalho de uma forma sistemática.
   McAdam foi também nomeado fiscal da Bristol Turnpike Trust em 1816 , onde decidiu refazer as estradas sob o seu cuidado com pedra britada vinculada com cascalho sobre uma base firme de grandes pedras. Um inclinação, tornando a estrada ligeiramente convexa, assegurava que a chuva fosse rapidamente drenada para fora da estrada, em vez de penetrar e danificar os fundamentos da estrada (ainda hoje se faz essa inclinação, mas com asfalto). Este método, foi o maior avanço na construção de estradas desde a época romana, e ficou conhecido como macadame.
   A estrada de macadame espalhou-se rapidamente por todo o mundo. A primeira estrada de macadame nos EUA, a National Road, ficou completa em 1830 e as principais estradas da Europa estavam macadamizadas até finais do século XIX.
   Esta construção de estradas, serviu então para uma maior facilidade e segurança do transporte terrestre e para a rápida comunicação entre várias localidades, sendo fundamental para a Revolução Industrial, durante o século XIX.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Quem foi ZÉ do TELHADO?
   José Teixeira da Silva, mais tarde conhecido por Zé do Telhado, nasceu em 1816, no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recesinhos, Penafiel.
   Alistou-se no exército, em Lisboa, destacou-se pelo seu comportamento militar e pela sua postura destemida ao serviço dos designados "Lanceiros da Rainha". Com o fim da guerra civil, em 1837 casa com a sua prima Ana. Regressa, então, a Recesinhos, onde constitui família. 

   Com a Revolução da Maria da Fonte, em 1846, José do Telhado integra a revolta popular. Durante os confrontos, chega mesmo a salvar a vida do general Sá da Bandeira, sendo por este feito, posteriormente condecorado por ele, com a medalha de Cavaleiro de Torre e Espada. 

   Com o fim destas revoltas, a sua família começou a passar por dificuldades, por falta de dinheiro. A partir daí, e como já tinha alguma prática herdada da família, começou a dedicar-se à "arte" de assaltar. 

   Pensa-se ter formado um grupo, tal como Robin dos Bosques em Inglaterra, com o qual praticava assaltos às casas dos senhores mais ricos das redondezas.

   Diz-se que em todo o Vale do Tâmega e mesmo algumas regiões do Douro, poucas foram as casas senhoriais que não receberam a "visita" da malta do Zé do Telhado. 
   Há, porém, um dado interessante na sua história: parece que o Zé do Telhado, para além de tratar sempre com muito respeito os donos das casas assaltadas, não costumava ficar com tudo só para si, distribuía-o pelas famílias pobres suas vizinhas. É a partir daí que lhe é atribuída a lenda de "roubar aos ricos para dar aos pobres". 
   Foi preso, julgado e condenado em Angola, onde veio a morrer em 1875. 
   A lenda do Zé do Telhado ficou, para sempre, escrita na memória das terras de Penafiel e arredores. Pode dizer-se que tivemos um Robin dos Bosques português.


Trabalho do Tomás Ribeiro, 9 anos, 4º ano, Turma B, Colégio Casa Mãe